Ruy Duarte de Carvalho
Biografia
Ruy Duarte de Carvalho é poeta, romancista, ensaísta, ficcionista, antropólogo, artista plástico e cineasta angolano. Apesar da naturalidade portuguesa, optou pela cidadania angolana. O artista possui um conjunto de obra marcado pela presença da etnografia, mas sua perspectiva ultrapassa a etnografia, indo além desta. Em sua obra, a etnografia é repensada e recriada por meio de um profundo labor poético do dizer. Graduou-se no curso de regente agrícola em Santarém, Portugal. Estudou cinema na Inglaterra, o que o levou a trabalhar na Televisão Popular de Angola e no Instituto de Cinema de Angola. Dedicou-se, também, à Antropologia na École d´Hautes Études des Sciences Sociales (EHESS), em Paris, França. Como antropólogo, em Angola, pesquisou os povos pastores, os kuvale do sul angolano, contudo sua visão e interpretação desses povos apresentam um olhar poético que vai além da antropologia, como podemos observar no seu livro Vou lá visitar pastores (1999), livro dificilmente classificável, porque é um ensaio antropológico escrito com linguagem cheia de poesia.. Ruy Duarte de Carvalho é autor do ensaio sobre cinema A câmara, a escrita e a coisa dita... (1997), no qual ele repensa a relação entre poesia, cinema e Antropologia e discute aspectos importantes surgidos com a realização dos filmes Presente angolano, tempo mumuíla (1979) e Nelisita (1982).
Fonte: http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_11121
Nelisita: narrativas nyaneka, 1982
Sinopse: Em um mundo cercado de escassez e de fome, habitam, apenas, duas famílias. Um dos homens dessas famílias descobre que os alimentos eram escondidos por espíritos e armazenados longe deles secretamente. Assim, ele leva, para sua família e amigos, tudo o que pode carregar do armazém dos espíritos. Entretanto, o furto é descoberto e os espíritos aprisionam todos. Porém, uma das mulheres que não é levada pelos espíritos concebe uma criança. Nasce, então, Nelisita para salvar as duas famílias e lutar contra os espíritos.
Prêmios:
Prêmio Cidade de Amiens no Festival Internacional de Cinema (1983);
Prêmio para a melhor Ficção, Festival de Aveiro;
Prêmio Especial do Júri, Festival de Cartago (1983);
Prêmio "7th Art" no FESPACO, Festival Panafricain du Cinema de Ouagoudougou, Burkina Faso (1984);
Prêmios para o melhor Filme, melhor Realização, melhor Actor e melhor Utilização Criativa do Som, Festival de Cinema de Harare (1990).
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Preto e branco / 16 mm / IAC
Ano: 1982
Duração: 64 minutos
Fontes:
https://filmow.com/ruy-duarte-de-carvalho-a547181/
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/foi-a-partir-do-cinema-que-me-tornei-antropologo-pensar-por-imagens
https://vimeo.com/154832740
Uma festa para viver , 1976
Sinopse: O filme foi realizado durante 15 dias antes da independência de Angola. O cotidiano de uma família pertencente ao bairro da Cazenga, em Luanda, região periférica da cidade, é representado por meio de uma perspectiva de sonhos e de expectativas e contextualizado em meio aos trabalhadores da TAP e aos acontecimentos políticos revolucionários em Angola.
Prêmios:
Prêmio da Solidariedade Afro-Asiática, Taschkent
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Preto e branco / 16 mm / IAC
Ano: 1982
Duração: 64 minutos
Fontes:
https://filmow.com/uma-festa-para-viver-t291576/ficha-tecnica/
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/filmografia-ruy-duarte-de-carvalho
Angola 76, É a vez da voz do povo(série) , 1976
Sinopse: Essa série de filmes é composta pelos seguintes títulos: “Sacode o Pó da Batalha”, “Está Tudo Sentado no Chão” e “Como Foi Como Não Foi”.
Prêmios:
Prêmio da Solidariedade Afro-Asiática, Festival de Moscovo
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Preto e branco / 16 mm / TPA
Ano: 1976
Duração: cada filme apresenta aproximadamente 20 minutos de duração
Fontes: https://www.imdb.com/title/tt0076018/
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/filmografia-ruy-duarte-de-carvalho
Fez lá coragem, camarada, 1977 e O deserto e os mucabais, 1976
Sinopse: Ambos os filmes possuem como temática a luta de libertação em Angola.
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Preto e branco / 16 mm / TPA
Ano: 1977 e 1976 respectivamente
Duração: 120 minutos e 20 minutos respectivamente
Fontes:
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/filmografia-ruy-duarte-de-carvalho
https://vimeo.com/channels/presenteangolano
Presente angolano, tempo mumuíla, 1979
Sinopse: Essa série cinematográfica é composta pelos seguintes filmes: “A Huíla e os Mumuílas”, “Lua da Seca Menor”, “Pedra Sozinha Não Sustém Panela", “Hayndongo, O Valor de um Homem”, “Makumukas”, “O Kimbanda Kambia”, “Kimbanda”, “Ekwenge”, “Ondyelwa” e “Ofícios”. Realizado na região da Huíla em Angola, os filmes mostram o ethos das sociedades africanas locais, ressaltando a questão dos mitos e dos provérbios que vigoram na organização do pensamento dessas comunidades, o que é perpassado por uma estética poética de cenas e planos cinematográficos.
Prêmios:
Toda a série foi selecionada para a Semana dos Cahiers du Cinèma (1980), Paris e para o Fórum do Jovem Cinema, Festival de Cinema de Berlim (1981)
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Preto e branco / 16 mm / TPA
Ano: 1999
Duração: 06 horas
Fontes:
https://vimeo.com/158312633
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/filmografia-ruy-duarte-de-carvalho
O Balanço do Tempo na Cena de Angola, 1982
Sinopse: O filme apreende a profusão das relações humanas no cenário angolano pós-independência.
Prêmio melhor Média Metragem, Festival de Aveiro, 1984.
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Preto e branco / 16 mm / IAC
Ano: 1982
Duração: 43 minutos
Fontes: https://vimeo.com/158312633
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/filmografia-ruy-duarte-de-carvalho
Moia: o recado das ilhas , 1989
Sinopse: O filme recria, à maneira da cinematografia, o contexto cabo-verdiano, exaltando uma cultura penetrada por elementos como a crioulidade insulana - cercada pela presença marcante do oceano Atlântico – e a "lusofonia". Os conflitos psicológicos e a interioridade dos personagens confluem em um contexto político-social, numa perspectiva materialista dialética, cuja expressão máxima dá-se com a regência de um capitalismo imperialista nas relações entre as nações, teor crítico que é estruturado por meio de um intenso trabalho poético sobre as imagens cinematográficas.
Ficha Técnica
Diretor: Ruy Duarte de Carvalho
Formato: Cor
Ano: 1989
Duração: 90 minutos
Fontes:
https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/filmografia-ruy-duarte-de-carvalho
https://filmow.com/moia-o-recado-das-ilhas-t268516/ficha-tecnica/