Ondjaki


Biografia

O poeta e escritor africano Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki, nasceu na cidade de Luanda, metrópole e capital angolana, em 1977. Sua atuação literária é rica, com muitos livros já publicados e premiados. Sua trajetória artística passa também pela atuação teatral e pela pintura. Em Lisboa cursou teatro amador, optando depois por uma especialização profissional. Dedica-se igualmente a duas mostras individuais de artes plásticas, uma em Angola, a outra no Brasil. Além de tudo, Ondjaki também é cineasta. Autor de roteiros cinematográficos, não deixa passar a oportunidade de co-dirigir, em 2006, ao lado de Kiluanje Liberdade, um documentário que aborda sua cidade natal, Oxalá cresçam pitangas - histórias da Luanda. Após realizar seus primeiros estudos na sua terra natal, obteve a licenciatura em Sociologia. Em 2000 o grande poeta conquistou a segunda posição no concurso literário angolano António Jacinto e lançou seu primeiro livro poético, Actu Sanguíneu. Ele integra antologias de cunho internacional, publicadas no Brasil, no Uruguai, em Portugal e outros países. Ondjaki obteve o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2007, por seu livro Os da Minha Rua. Na Etiópia ele foi reconhecido com o prêmio Grinzane for best african writer 2008. Seus livros têm sido traduzidos em países os mais diversos, especialmente na França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e China. Ele foi o único representante africano entre os 10 escritores finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura 2008. Seu romance Os Transparentes (2012) recebeu o prêmio José Saramago em 2013. Como cineasta, Ondjaki foi realizador do filme Oxalá Cresçam Pitangas, do qual foi codiretor e roteirista ao lado de Kiluanje Liberdade, além de ter o seu conto “A Libélula” como referência para o curta-metragem The Stone, dirigido, escrito e produzido pela diretora Ana Lúcia Carvalho em seu projeto final de mestrado.

Oxalá cresçam pitangas – Histórias de Luanda, 2007, Longa-metragem


Sinopse: Angola: trinta anos de independência, três anos de paz. Capital: Luanda. Cidade construída para 600.000 mil habitantes. Atualmente com cerca de 4 milhões. Cruzamento de várias realidades e gente de várias províncias. A vida dessa cidade são as pessoas. Que pessoas? Através de 10 personagens, mostram-se formas diferentes de viver e interpretar a cidade. A expressão que dá título ao filme, Oxalá cresçam pitangas, foi extraída de um poema de António Gonçalves, no livro Buscando o Homem, de 2000. O escritor angolano é um dos principais ativistas da literatura nacional e um forte idealizador da própria cultura. Por isso a relação direta com o que se vê na tela: a busca de um olhar adiante, mostrando uma cidade perdida entre a antiga luta constante pela liberdade, agora em confronto com o universo cosmopolita de hoje, com a modernidade tecnológica que tanto aproxima quanto afasta. Mesmo 30 anos após sua independência, somente na virada do século Angola conseguiu dar fim às guerrilhas internas e obter a almejada paz. E agora que esse desejo é uma realidade, o que fazer com ele? Como construir uma vida que foi sempre uma alternativa, nunca uma certeza?

Ficha Técnica

Realizadores: Kiluanje Liberdade, Ondjaki

Produção: Kiluanje Liberdade, Ondjaki

Roteiro: Kiluanje Liberdade, Ondjaki

Edição: Maria Joana

Ano: 2007

Duração: 62min

Fontes:

https://www.papodecinema.com.br/filmes/oxala-crescam-pitangas/

https://www.infoescola.com/biografias/ondjaki/

https://filmow.com/oxala-crescam-pitangas-historias-de-luanda-t58822/ficha-tecnica/

http://www.kazukuta.com/pitangas/

https://filmfreeway.com/apedra

https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/24037/1/Projecto%20Mestrado_Ana%20L%C3%BAcia%20Carvalho.pdf 


 

O Homem Novo, Omi Nobu, de Carlos Yuri Ceuninck 2023, 1h07


Documentário

Cabo Verde. Filme premiado em janeiro de 2023 no FESPACO. É uma declaração de amor ao cinema.

Sinopse: Quirino, um homem de 76 anos, vive há mais de 30 anos em uma aldeia abandonada, no fundo de um vale profundo, entre o mar e as montanhas. Começando a sentir os efeitos da idade, Quirino enfrenta o dilema de ter que deixar o único lugar que ele conheceu ou terminar seus dias ali.

Nos anos 1980 em Cabo Verde, na Ilha de São Nicolau, Ribeira Funda, uma pequena aldeia situada no fundo de um vale rodeado por altas montanhas e um mar turbulento, os habitantes passaram por uma série de acontecimentos trágicos. Suas superstições os levam a deixar a vila para fugir das forças do mal. Todos partem para se estabelecerem na vizinha Estância de Braz. Todos... exceto um. Apenas um homem ficou: Quirino da Cruz, 76 anos, foi o único habitante que ficou em Ribeira Funda, “a aldeia fantasma”.

Por quatro décadas, Quirino recusou a ajuda oferecida por seus amigos e autoridades locais para realocá-lo. Perante essas iniciativas, insistiu com orgulho que a Ribeira Funda era “a terra do seu nascimento e o túmulo da sua morte”. Sobrevivendo da pesca e da agricultura, passa seus dias contemplando o oceano e as majestosas montanhas que cercam sua casa. Seus companheiros: um galo, alguns pardais e um rádio portátil a pilhas, do qual ressoam informações do resto do mundo.

Hoje, Quirino é confrontado com um futuro incerto e com o peso exaustivo do isolamento, da doença e da velhice. Pela primeira vez em sua vida, começa a crescer a ideia de que ele poderá ter de deixar a única aldeia natal e mudar-se também para Estância de Braz. Deverá tomar a decisão de mudar e adaptar-se ou enfrentar a morte sozinho na terra que o viu nascer?

Ficha Técnica


Título: O Homem Novo, Omi Nobu

Ano: 2023

Gênero: documentário

Países: Cabo Verde, Bélgica, Alemanha, Sudão

Duração: 1h e 07 min. Longa-metragem

Direção: Carlos Yuri Ceuninck

Roteiro: Carlos Yuri Ceuninck, César Schofield Cardoso

Produção executiva: Natasha Craveiro

Produção: Natasha Craveiro, Aurélien Bodinaux, Paulo de Carvalho, Alyaa Musa

Direção de fotografia: Arilson Almeida

Edição: Antoine Donnet

Música:Helder Rodrigues

Elenco:Nhô Quirino

 

Apoio:

Letras - UFRJ

Onde Estamos?

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