Sarah Maldoror


Biografia

Sarah Ducados nasceu em 19/07/1929 (contudo, essa data é controversa, pois algumas estudiosas de cinema, Maria do Carmo Piçarra e Marta Lança, apontam o ano de 1939 como o do nascimento da cineasta), filha de mãe francesa e pai imigrante das ilhas de Guadalupe, no Caribe. Não há um consenso sobre o local onde ela tenha nascido: uns dizem que em Gers, no sul da França, mais aceitável em nossa opinião, e Guadalupe, a mesma pátria paterna. Sarah Maldoror retirou do fantástico livro Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont, o seu apelido-pseudónimo, Sarah Maldoror. Seu nome aparece sempre ligado ao cinema africano, como Souleymane Cissé, Med Homdo, Safi Faye, Kwah Ansah, que nos mostram que não existe uma forma particular de fazer cinema em África, mas sim uma diversidade de filmes, narrativas e estilos. Da origem francesa nas Antilhas, a obra de Sarah Maldoror é uma espécie de poesia dedicada à tradução do movimento cultural, social e político de Negritude em som e imagem. Ela cria nova sintaxe visual e narrativa para uma identidade diferente. Começou no teatro: fundou Les Griots, a primeira companhia de teatro de drama totalmente negra. Depois, estudou cinema em Moscou e se juntou aos movimentos internacionais de descolonização. Seu trabalho estaria em pé de igualdade com o trabalho de ensaístas teóricos como Fanon e Amílcar Cabral e estaria entre as manifestações cinematográficas mais retumbantes do sul global. Após estágio na guerrilha, Maldoror enfrentou questões de identidade negra, participando do movimento cultural, político e social da Negritude, fundada pelos poetas Aimé Césaire, Leopold Senghor e Léon Damas. Ela passou a pensar em seu cinema como uma maneira de traduzir a palavra poética de escritores africanos em imagens. Seu trabalho inclui filmes de ficção, documentário em sentido amplo (reportagens, retratos, paisagens) e teatro.

Fontes:
https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

http://www.redeangola.info/especiais/sarah-maldoror/

file:///C:/Users/Carmen/Downloads/165112-Texto%20do%20artigo-384855-1-10-20191216%20(3).pdf

 

Monangambée, 1969, Curta-metragem


Sinopse: Monangambée é uma canção que significa "Morte Branca", um grito de guerra contra abusos coloniais em Angola. É também um poema do poeta angolano António Jacinto. Monangamba é o serviçal que trabalhava nas roças de São Tomé. O filme Monangambée foi inspirado no conto “O fato completo de Lucas Matesso", do livro Vidas Novas, de Luandino Vieira, denunciando as violências cometidas por comerciantes de escravos portugueses em Angola através da tortura de um prisioneiro resultante da incompreensão do colonizador e da ignorância cultural. A trilha sonora de jazz gratuita do Art Ensemble de Chicago é um dos destaques do filme, como as imagens documentais da vida na prisão e as fotografias finais da guerrilha angolana de Augusta Conchiglia.

Prêmios:

Festival de Cannes (1971)

Primeiro prêmio no Festival de Tours

Prêmio de Melhor Diretor (Festival de Cartago)

Primeiro prêmio no Festival de Dinar

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Tempo de execução: 17 min

Gênero: Drama

Ano de produção: 1969

País de Produção: Argélia, Angola

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror 

 

Sambizanga , 1972, Longa-metragem


Sinopse: O filme é uma adaptação do livro A Vida Verdadeira de Domingos Xavier, de Luandino Vieira. Ele se passa em Angola no ano de 1961. Domingos Xavier, um ativista revolucionário angolano, é preso pela polícia secreta portuguesa. Xavier é levado para a prisão de Sambizanga, onde acaba sendo submetido a um interrogatório e tortura para extrair os nomes dos seus contatos da independência. O filme é contado a partir do ponto de vista de Maria, a mulher de Xavier, que vai em busca do seu marido em cada prisão, sem entender exatamente o que aconteceu, já que Xavier foi torturado e espancado até a morte.

Prêmios:

Festival de Cartago - Primeiro Prêmio (1972)

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Roteirista: Roteirista Mário de Andrade e Sarah Maldoror

Tempo de execução: 102 min

Gênero: Drama

Ano de produção: 1972

País de Produção: Angola

Companhia de produção: Isabelle Films

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

 

E os cães eram calmos, de Aimé Césaire , 1978, Curta-metragem


Sinopse: Uma peça de teatro sobre a revolta colonial dentro do museu antropológico do Museu da Humanidade, dirigido por Michel Leiris, com performances de Gabriel Glissant e Sarah Maldoror.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Cinematografia: Daniel Cavillon e Maurice Vincent Blanchet Perimont

Tempo de execução: 13 min

Gênero: Drama

Ano de produção: 1978

País de Produção: França

Companhia de produção: Filmes de Honra, Centro Nacional da Pesquisa Científica

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

 

Louis Aragon, uma máscara em Paris , 1978,


Sinopse: Há uma lacuna que separa o surrealismo do período entre guerras e o da era do pós-guerra, e é dessa maneira que o movimento surrealista entenderia a diferença racial. A princípio, o outro ou "primitivo" era o oposto do sujeito burguês. Neste documentário, Sarah Maldoror entrevista um dos poetas surrealistas mais influentes do antigo surrealismo, enquanto ao mesmo tempo testemunhamos as visões anacrônicas do movimento em relação à afirmação de outras identidades.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Produtora: Sarah Maldoror

Roteirista: Sarah Maldoror

Tempo de execução: 20 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 1978

País de Produção: França

Companhia de produção: ADPF

Fonte:
https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

 

Fogo, Ilha do Fogo, 1979, Documentário


Sinopse: Neste documentário sobre Cabo Verde e a Ilha do Fogo, produzido pelo governo revolucionário do novo país, Sarah Maldoror volta à visão antropológica de documentários como Las Hurdes ou os documentários etnográficos de Jean Rouch, mas, ao contrário destes, não há exotismo nem paternalismo, mas sim a evidência das dificuldades extremas nesta ilha de condições adversas.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Tempo de execução: 32 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 1979

País de Produção: Cabo Verde

Fonte:

 

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

 

Carnaval no Sahel, 1979, Documentário


Sinopse: Sarah Maldoror usa o Carnaval como sua abordagem da história da colonização e da cultura negra. Carnaval é aqui entendida como uma festa durante a qual os limites são transgredidos, o mundo está circumnavigated e os dominadores tornam-se dominados, além de ser uma explosão de música e sensações, um grande desempenho coletivo em que as características de négritude-identity vêm adiante.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Tempo de execução: 15 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 1979

País de Produção: Cabo Verde

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror 

 

Uma sobremesa para Constança, 1980, Longa-metragem


Sinopse: Produção televisiva em que Sarah Maldoror usa filmes populares e cômicos para combater estereótipos racistas. Com toques cômicos, o filme aborda a vida cotidiana dos migrantes, dos africanos em Paris, enquanto também zomba de identidades nacionais de mente fechada através de algo supostamente tão caracteristicamente francês como a culinária.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Roteirista: Maurice Pons

Tempo de execução: 60 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 1980

País de Produção: França

Companhia de produção: Melhores filmes, Antena 2 França

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

 

Carnaval em Bissau , 1980, Documentário


Sinopse: Este documentário trata do significado da identidade negra em relação às festividades do Carnaval.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Tempo de execução: 18 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 1980

País de Produção: Guiné-Bissau

Companhia de produção: Instituto Nacional da República da Guiné-Bissau

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror

 

Léon G. Damas , 1994, Documentário


Sinopse: Enquanto Aimé Cesaire foi quem cunhou o termo négritude, foi o poeta Leon G. Damas quem primeiro experimentou a négritude, diz Leopold Senghor. Um documentário sobre os poetas, paisagens e histórias que cercam esse importante poeta, um dos pilares do movimento cultural Négritude.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Roteirista: Sarah Maldoror

Cinematografia: Sarah Maldoror

Tempo de execução: 26 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 1994

País de Produção: França

Companhia de produção: Matouba Film e Le Régional Regional of Guyane

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror 

 

Ana Mercedes Hoyos , 2009, Documentário


Sinopse: Documentário sobre a artista colombiana Ana Mercedes Hoyos, com a questão da escravidão e das culturas afro-caribenhas como pano de fundo.

Ficha Técnica

Diretora: Sarah Maldoror

Produção: Antonio Roda

Edição: Florent Maillet

Tempo de execução: 13 min

Gênero: Documentário

Ano de produção: 2009

País de Produção: Colômbia, França

Companhia de produção: Novi Productions

Fonte:

https://www.documentamadrid.com/documentamadrid19/en/sections/retrospective-special-guest-sarah-maldoror 

 

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