Natércia Chicane
Biografia
A jovem cineasta moçambicana Natércia Alexandre Chicane, conhecida como Natty, desenvolve uma relação profunda com as artes. É poetisa também. A relação de Natércia com o cinema parte do seu grande interesse pela escrita, sobretudo a poesia e os contos, que – num processo de advocacia pelos direitos dos oprimidos – lhe possibilitou fazer a exposição dos seus problemas para que fossem conhecidos, e, em seguida, defendê-los. Recebeu Menção Especial no Prémio Mundial de Poesia Nósside. Em seus documentários e curtas, aborda assuntos, cujas realidades, em certo sentido, fustigam a sociedade moçambicana. São histórias de vida do quotidiano: o desemprego, a ganância, a riqueza, a pobreza, o sexo, o amor, a solidão, bem como os seus desdobramentos na vida das pessoas. Sobre o seu primeiro documentário, intitulado “Alface e Couve”, Natércia explica que a história realça o sofrimento dos moçambicanos na luta contra a pobreza. O protagonista é um jovem pobre, muito batalhador, cujo ofício – para transpor as suas adversidades – é o comércio informal. Com um carrinho de mão, durante o dia, o miúdo percorre imensas distâncias a fim de fornecer produtos como alface e couve aos residentes da urbe. Porque disso depende o seu bem-estar, o rapaz tinha que transpor todos os obstáculos – incluindo os relacionados com o estado do tempo. Com sol ou chuva, ele circula na cidade vendendo os seus produtos. Além da obra “Alface e Couve”, Natércia Chicane tem um segundo filme. Uma curta-metragem intitulada “Johana: A terra que roubou os nossos maridos”( 2010). Aqui está-se diante de um curto relato de dona Alice que – a par de muitas moçambicanas – vê o seu marido abandoná-la com destino a África do Sul, onde, supostamente, procura emprego nas minas de ouro para garantir melhores condições de vida à sua família. O drama é que “alguns não regressam ao país. E dentre os que regressam, se não estão mortos, retornam à sua terra-natal falidos”. O que significa que tornam a vida dos seus próximos miserável. Neste sentido, “Johana” é uma história intimamente nossa na medida em que todos nós os moçambicanos conhecemo-la, ou vivemo-la. Não há ninguém que não conheça um vizinho e ou um familiar que não tenha passado por situações desta natureza. Eu, por exemplo, documentei essa narrativa porque vivi esta realidade”. Natércia Chicane é também autora do minidocumentário e texto poético "Sonhos Verdes", por meio dos quais conseguiu mostrar ao mundo que Moçambique é uma país de poetas. Participou em várias formações e oficinas nos anos 2008-2009: projetos da AMOCINE (Associação Moçambicana de Cinema), oficina de documentário Cineport (Brasil), concurso Doc-TV. Ela prepara o filme "Nas Entrelinhas da Vida" e alimenta a utopia de fundar uma produtora cinematográ¬fica sua.
Fontes:
http://www.verdade.co.mz/cultura/45595-uma-mulher-de-multiplas-realidades
https://netkanema.uscreen.io/authors/natercia-chicane
O Casamento de Vanessa, 2014
Sinopse: Trata-se de histórias de vida do nosso quotidiano: o desemprego, a ganância, a riqueza, a pobreza, o sexo, o amor, a solidão, bem como os seus desdobramentos na vida das pessoas. O filme mostra mais uma vítima dos casamentos prematuros, mais uma mulher que vê seus sonhos destruídos e mais uma criança que clama por socorro à sociedade. A protagonista da história, Vanessa, nasceu numa família gananciosa e muito pobre. Para pagar algumas dívidas e para alimentar os seus vícios, o seu pai Tomás vende-a como esposa a um idoso.
Ficha Técnica
Guião e realização: Natércia Chicane
Direção executiva: Catarina Dimane
Fotografia: Chico Martins
Som: Gizela Eunicia
Ano: 2014
Edição e finalização: Osvaldo Jalane
Duração: : 24min 41s
Fonte: https://netkanema.uscreen.io/programs/vanessamp4-dfdbfa
Mulher da noite, 2019
Sinopse: Guida é uma mãe viúva que escolhe a prostituição como negócio para criar seu filho único, Dudú, após a morte do seu marido. Desde a infância Dudú acompanha a rotina da mãe mas nunca aceita o trabalho dela até que um dia vê-se mergulhado nas drogas como saída para se esconder da vergonha da sua própria mãe. Guida, vendo o filho naquela situação começa a sentir-se culpada e arrepende-se. Ambos encontram uma oportunidade de se perdoarem e darem um novo começo às suas vidas.
Ficha Técnica
Produtora e realizadora: Natércia Chicane
Câmera: Ivandro Maocha
Assistente de câmera: Custódio Guambe
Som: Custódio Guambe
Diretor de arte:Jose Rodrigues
Ano: 2019
Chefe de produção:Orlando Mabasso
Produtor executivo: Luis Simão
Editor: Xavier Bila
Duração: 4min, 58s
Fontes:
https://netkanema.uscreen.io/programs/mulher-da-noite_convertedmp4-139561
http://somosportugues.com/mulher-da-noite-natercia-chicane/
Demais participações
Alface e Couve, (1º lugar do "Projecto de documentários" da AMOCINE em 2009)
Johana: a terra que roubou nossos maridos, (projetado durante a 5ª edição do festival de documentário Dockanema, em Maputo em 2010)
Sonhos Verdes (obra poética e cinematográfica, realizada com quatro outras poetas moçambicanas, Menção Especial no XXVII Prémio Mundial de Poesia Nósside, em 2012)
Fontes:
http://mozart.spla.pro/pt/ficha.pessoa.natercia-chicane.37579.html
https://netkanema.uscreen.io/programs/vanessamp4-dfdbfa
http://www.verdade.co.mz/cultura/45595-uma-mulher-de-multiplas-realidades
https://netkanema.uscreen.io/authors/natercia-chicane